quarta-feira, agosto 29, 2007

O imprevisível palco da vida


Hummmmmm……..

Observo o mundo, a vida é um palco que insiste em não fechar as curtinas. Todos os dias as luzes acendem-se, a plateia está completa e nós fazemos o nosso papel de actores, como se fossemos sempre os protagonistas, num rodopio de situações que nos colocam à prova das nossas capacidades como seres humanos.

Por vezes envolvemo-nos em dramas onde choramos e sofremos, por vezes comédias onde a alegria abunda e o sorriso é o adereço principal desse acto teatral.

A peça hoje começou, tal como todos os dias; o dia nasceu e eu subi ao palco, sem drama, sem comédia…o verdadeiro fascínio deste acto que é Viver é que nunca sabemos o que vamos interpretar ou com quem vamos contracenar. Não temos textos decorados, não temos guião, nem sequer temos tempo de entrada ou saída neste palco;

Na cena da tarde contracenei com um personagem novo, um homem de sorriso bonito e de voz simpática…contracenámos só os 2, juntos, por várias horas….intensas, direi, as conversas que trocámos, misteriosas ,direi eu, as sensações provocadas…

Conhecer alguém novo que nos desperta interesse é muito bom; há sempre tanto tema para falar, para perguntar ou simplesmente para observar. O diálogo sustenta-se pela inata curiosidade dos actores; o diálogo é longo, recheado de informações que pouco a pouco se transformam em imagens virtuais, em cenários imaginários e em explosões de ar e fogo que culminam numa sensação de satisfação insatisfeita de querer mais, e mais, e mais…

A cena acaba, os actores despedem-se e de repente num rasgo de lucidez ambos sabemos que não podemos voltar atrás para repetir o mesmo diálogo, ou satisfazer as mesmas curiosidades…quem sabe, amanhã, somos novamente chamados ao imprevisível palco da vida para interpretar mais um capítulo…

As curtinas continuam abertas, eu retirei-me, vou dormir, e vou talvez sonhar com um sorriso bonito.

Rita

3 da manhã, 26 Mar. 06