domingo, janeiro 14, 2007

Ser de Esquerda é Ser pela Vida

SEMPRE PELA VIDA

“Esteja onde estiver, exerça os cargos que exercer pugnarei, sempre pelo Dom mais importante de todos: A Vida”

Já vivemos numa sociedade burocrata, nas empresas existem os burocratas, e parece que existem por ai agora os políticos “sexocratas”.
Explico:
O que está em voga e é, hoje em dia, politicamente correcto discutir, principalmente pelos nossos políticos, são assuntos que têm a ver com causas ditas fracturantes, isto é, questões de valores que dividem a sociedade. Os nossos órgãos de comunicação social não se cansam de falar nas uniões de facto entre homossexuais (nalguns casos até com direito a adopção), na pílula do dia seguinte (leia-se pílula abortiva) e agora ultimamente com repetição através de referendo sobre o aborto ou, como costumam dizer mais “adocicadamente”, Interrupção Voluntária da Gravidez. Será que os problemas da Educação, da Saúde, do primeiro Emprego, da Habitação não serão assuntos muito mais importantes – que não dividem mas unem as pessoas – e que nos deverão preocupar como cidadãos portugueses?

Parece que não! O que importa – como se fosse a prioridade das prioridades – são essas questões chamadas fracturantes, como o aborto. No congresso do meu Partido, em que fui delegado – esse assunto voltou a estar na ordem do dia e dominou a actualidade política através de varias moções globais. Por vezes, fico com a sensação que parece ser usado como manobra para desviar a nossa atenção daquelas que são verdadeiras causas da esquerda.

Mas o que me entristece em tudo isto, é que as pessoas falam do aborto como se fosse uma questão de política partidária, e esquecem-se que o que está em causa é a VIDA, uma VIDA única, irrepetível e que deve ser respeitada.

Mais uma vez aqui deixo e reafirmo as convicções que me levam a dizer Não ao aborto:


- A morte nunca foi solução nem resposta para nada.
- Não posso concordar que exista o aborto livre, a simples pedido da mãe. Isto é, que até às 10 semanas um ser humano fique sem qualquer protecção legal.
- Defendo que tem que se valorizar a maternidade, promovendo redes de solidariedade social que ofereçam alternativas concretas às mulheres grávidas em situação difícil.
- O aborto não se combate legalizando, mas sim criando verdadeiras alternativas solidárias: uma educação sexual esclarecida, um planeamento familiar sério e uma aposta decidida na prevenção.
- Ao contrário do que se diz por aí, este assunto não diz só respeito às mulheres. O pai tem um papel fundamental. Não pode nem deve demitir-se das responsabilidades, muito menos ser excluído por terceiros.

Amigos e pessoas do meu partido com responsabilidades políticas, muitas vezes já me aconselharam a não falar nestas matérias porque “estava a queimar-me“, mas respondo na mesma forma como acabo este meu texto:

Esteja onde estiver, exerça os cargos que exercer, pugnarei sempre pela Vida!

Cláudio Anaia
Dirigente do Partido Socialista
Militante Honorário da Juventude Socialista