
Embora se calhar não tenham dado por isso, mas recentemente foi promulagado pelo o Presidente da República a “lei” da reprodução artificial .
O meu amigo Padre Nuno Serras Pereira fez um texto sobre este tema, aqui fica :
A Monstruosidade
O Presidente da República ao promulgar (no mês passado) a “lei” da reprodução artificial (“PMA”) cometeu, assim se afigura, um acto absolutamente injustificável, irracional, ímpio, obsceno e abominável; uma monstruosidade, enfim, que coopera formalmente com a perversidade desalmada, maléfica e luciferina da sua elaboração e aprovação no parlamento.
O elogio objectivamente hipócrita à necessidade de debate público, que não houve, e que veio a impedir com a mesma promulgação, e a farisaica parlenda a favor da vida, contrariado pelo próprio acto, revelarão, por desventura, um aleijão imane de carácter ou uma pachouchada de palúrdio? Sem intentar aquilatar da responsabilidade subjectiva nos secretos da consciência, que só Deus conhece, urge, no entanto, desvendar esta questão, pelo muito que importa para um futuro discernimento eleitoral.
Quem está familiarizado com a literatura e a política do século XIX sabe muito bem que o famoso título do artigo do Professor Cavaco Silva que designava o Orçamento de “monstro” não é nenhuma originalidade. Os louros por ele colhidos devem coroar outras cabeças, que não a sua. Mas enfim, sempre poderá haver quem considere feliz aquela recuperação. Só que o verdadeiro mostrengo desmarcado e desproporcional não é aquele. Monstro cruel, feroz, escalfúrnio, facinoroso é o que programa desapiedadamente a morte de inocentes, recorrendo aos serviços de saúde do Estado e aos impostos do povo, ignaro dos algozes celerados e imites que o governa ou representa.
Não restem dúvidas que esta disformidade medonha dizimará muitíssimos mais inocentes do que a hipotética liberalização do aborto até às dez semanas.
O público descaso, o tédio enfastiado, a tibieza com que a maioria dos pastores tem assistido ao mostrengar dos fiéis, dos políticos e da nação é arrepiante. O ornejar palonço continua a ignorar os concebidos não nascidos como se foram sumelgas, e não acaba de entender, contra toda a evidência racional, que “... O aborto é, para toda a família humana, uma violação dos direitos humanos incomparável em magnitude e em atrocidade” (Conferência Episcopal USA). Porque é também de aborto que se trata, uma vez que essa mole imensa de pessoas concebidas que é morta fora do ventre da mãe é, como ensinou João Paulo II, abortada (Cf. João Paulo II, Evangelium Vitae, 58 e 63).
Pe. Nuno Serras Pereira