quinta-feira, setembro 02, 2004

Relance 195

Women on Waves, as novas missionarias??


Infelizmente continua na ordem do dia e a suscitar grandes discussões a tentativa de embarque, na costa Portuguesa, do conhecido barco do aborto.
Pelo facto de, publicamente, sempre me expressar contra a legalização do aborto e fazer parte de varias associações Pro Vida, tenho sido, por várias vezes solicitado para expressar opinião em diversos órgãos de comunicação social. Não o tenho feito. Por que o faço?? Faço-o porque não estou disponível para alinhar na “palhaçada” do show-off que a nossa comunicação social tanto gosta de fazer.
Mas, amigo leitor, por respeito a si e porque alguns de vós, continuamente, me tenham pedido a minha opinião, não quero deixar de expressar, neste espaço, a minha opinião sobre o dito barco do aborto. Acompanho a existência deste barco desde a sua última viagem à Polónia.
Vejo, com tristeza, que as ditas senhoras se armam em missionárias de uma causa que as devia envergonhar.
Se algumas duvidas ainda existem basta ver a declaração de uma delas em que compara tirar uma vida do ventre, de uma mulher, ao simples acto de cortar as unhas dos pés.
Continuo a defender que, actualmente, quem defende a total liberalização do aborto revela falta de encaixe democrático e desrespeito pela opinião maioritária dos portugueses. Pois, há mais de 20 anos, que foram chumbadas todas as propostas, sobre esta matéria na assembleia da República, ou então, no referendo de 1998.
Enfim… muitas vezes outros valores, neste caso, económicos, falam mais alto do que o direito à vida. Sim. Porque o aborto dá dinheiro. Por exemplo, nos EUA movimenta mais de 1 bilião de dólares por ano.
Por este andar, num curto espaço de tempo, ir ao médico numa clínica, para tratar de um braço ou uma perna será igual a ir fazer um aborto.
São estas as consequências da sociedade em que vivemos onde, cada vez mais, se da primazia à irresponsabilidade e ao facilitismo. E é esta sociedade que me recuso a viver.