terça-feira, março 16, 2021

O que vai sobrar de nós?

 


“É um erro popular muito comum acreditar que aqueles que fazem mais barulho a lamentarem-se a favor do público sejam os mais preocupados com o seu bem-estar.” 

 Edmund Burke (1729-1797)

Somos fiéis seguidores desta doutrina do confinamento que nos impuseram para a prevenção da pandemia. Desde março de 2020 que somos servos do isolamento social. Em períodos mais ou menos longos, durante todo o dia ou parte dele, em todas as situações ou em parte delas. Um vai-vem constante que quebra relações sociais, aumenta a precariedade e as desigualdades.

A medida extrema é vista como um chamamento para a “cura” da pandemia de COVID-19. Afinal, o que fez de nós o confinamento? Os idosos são um dos grupos etários que mais consequências sofrem com o isolamento. Num estudo do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra sobre o impacto da pandemia do Covid-19 no bem-estar físico e psicológico de idosos, especialmente no desenvolvimento de psicopatologia e no risco de declínio cognitivo, divulgado pela TSF, em 25-11-2020, concluiu-se que as medidas de isolamento provocaram um declínio acelerado da autonomia, capacidades cognitivas e funcionais dos idosos que não vivem em lares.

 A interação social que funcionava como ‘capa protetora’ deixou de existir e as consequências estão à vista. Sem contacto com familiares ou outros entes queridos para se protegerem da morte por Covid-19, arriscam, agora, perder a vida por solidão. Os reais danos do isolamento nos idosos só o tempo o poderá demonstrar, pois “voltar à rotina” nesta idade será certamente um objetivo difícil de alcançar.

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