quarta-feira, janeiro 09, 2013

A Universidade Católica e a sua falta de coerência





Mulheres em Acção criticam escolha de docentes pela UCP

1. A Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa (UCP) está a lançar uma Pós-Graduação em Serviço Social na Saúde Mental, em parceria com a Associação dos Profissionais de Serviço Social.

2. Conforme consta do site da UCP, essa Pós-Graduação conta com a colaboração docente de destacados e públicos opositores da posição da Igreja Católica sobre a inviolabilidade do valor e dignidade da vida humana. Vários desses conferencistas e formadores colaboraram notoriamente pelo 'Sim', no referendo sobre o aborto. *

3. Ora, a UCP é uma instituição da Igreja, integrada no “conjunto da missão da Igreja, enquanto serviço específico à comunidade eclesial e humana”, que visa a “realização integral do Homem, inspirada nos valores cristãos” (cfr. Artigo 3º dos seus Estatutos). Aliás, esses Estatutos estabelecem que o “ensino da UCP inspirar-se-á na visão cristã do homem e do mundo” (cfr. Artigo 9º), pelo que “devem ser escolhidos docentes e investigadores que, para além da idoneidade profissional, primem pela integridade da doutrina” (cfr. Artigo47º).

4. A AMA - associação que conta entre os seus princípios a defesa da vida humana desde o momento da concepção até à morte natural – contesta que pessoas como as referidas no nº 2 (não obstante a sua idoneidade profissional), que tão assumidamente propugnaram a liberalização do aborto, consigam ensinar em sintonia com a visão cristã em matérias como por exemplo 'Valores, princípios e ética do Serviço Social' A participação dessas pessoas irá gerar, no mínimo, perplexidade e confusão. O nosso alerta tem por objeto a decisão da Universidade, e não as pessoas envolvidas, cujas opções livres não são aqui objeto de apreciação.

5. Não se trata de matéria de pouca importância, ou periférica em relação a esses valores. Como disse D. Manuel Clemente no dia 1 de Janeiro, “a paz - enquanto harmonia íntima e global de tudo quanto representa a verdade das coisas, começando pela verdade das pessoas - é obra e fruto da justiça, que nos manda dar a cada um o que lhe é devido e pertence. E a vida é a primeiríssima pertença de cada ser humano (…) Qualquer hesitação neste ponto, qualquer amolecimento cultural ou legal em relação a ele, é absolutamente um atentado à paz”.

6. Algumas questões merecem esclarecimento: terão mudado os princípios da UCP? Terão os conferencistas mudado de convicções? Talvez a UCP pudesse esclarecer. 

Associação Mulheres em Acção
Alexandra Tete


* FORMADORES E CONFERENCISTAS que publicamente defenderam o aborto (signatários da sua liberalização: médicos pelo Sim ao Aborto)
• Dr. António Leuschner – Conselho Nacional de Saúde Mental 
• Dr. Álvaro de Carvalho – Programa Nacional de Saúde Mental – DGS
• Dr. Francisco George, Director-Geral de Saúde*
• Prof. Doutor JM Caldas de Almeida – Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa
*Não assinou a petição por ser Director Geral de Saúde, mas apoia o aborto e disse-o em declarações à imprensa (ver texto anexo).
Link da UCP
http://www.fch.lisboa.ucp.pt/site/custom/template/ucptpl_fac.asp?