domingo, abril 15, 2012

Espaço saúde com....Luiz Santos


Exercício Físico e as disfunções da tireoide: hipotireoidismo e hipertireoidismo.
Para os adeptos do exercício físico regular as alterações hormonais talvez sejam um dos maiores inimigos do melhor desempenho. As alterações hormonais afetam não só o rendimento mas também a boa disposição, estado de prontidão e humor, a dedicação; por outras palavras, vai comprometer todo o processo do programa de treino. Desta feita torna-se necessário – técnico e atleta - conhecerem alguns aspetos relacionados às funções glandulares.

A tireoide é uma das maiores glândulas endócrinas do corpo e encontra-se localizada no pescoço. Ela é a responsável pela produção de hormônios, principalmente a tiroxina (T4) e também a triiodotironina (T3), que têm a função de regular o metabolismo e a taxa funcional de muitos outros sistemas do corpo humano. Dois tipos de disfunções estão relacionados à alta produção hormonal ou à baixa produção:

O hipertireoidismo é a hiperfunção da glândula tireoide, ou seja, excesso de produção hormonal (acima dos valores de referência para género e faixa etária) e seus sintomas são:

. Aumento acentuado do ritmo cardíaco em condições de repouso ou baixo nível de atividade física, com valores acima de 100 batimentos por minuto (chamada taquicardia);
. Nervosismo, ansiedade e irritação;
. Mãos trêmulas e transpiradas;
. Intolerância a temperaturas quentes com o aumento abrupto da transpiração;
. Queda de cabelo e/ou fraqueza do couro cabeludo;
. Fraqueza nos músculos, especialmente nos braços e coxas;
. Diarreias;
. Perda de peso acentuada sem causa aparente relacionada;
. Alterações no ciclo menstrual;
. Protusão dos olhos, com ou sem visão dupla;
. Acelerada perda de cálcio dos ossos com um aumento do risco de osteoporose e fraturas.

O hipotireoidismo é a deficiência – nalguns casos até mesmo ausência, da produção hormonal e os seus sintomas mais comuns são:

. Depressão;
. Desaceleração do ritmo cardíaco em repouso e esforço;
. Obstipação;
. Menstruação irregular;
. Diminuição da memória;
. Cansaço excessivo e anormal;
. Dores musculares;
. Sonolência excessiva;
. Ganho de peso;
. Aumento do colesterol no sangue.

O diagnóstico precoce e o tratamento das disfunções da tireoide irão garantir, não só a redução dos sintomas como também o normal funcionamento de todos os sistemas do organismo.
Ainda são poucos os estudos que relacionam o exercício físico e as alterações ou disfunções da glândula tireoide, porém a maioria dos autores concordam que o exercício físico promove alterações na produção dos níveis de T3 e T4, muito provavelmente devido à uma necessidade aumentada de energia para as células do organismo. Acreditam que novos estudos devem ser realizados para aprimorar os resultados e definir melhor a relação entre o exercício físico e a produção dos hormônios T3 e T4.

Os benefícios obtidos para a manutenção da saúde através da prática regular do exercício físico são sobejamente reconhecidos. Se as alterações nas funções tireoidianas não acontecem durante o exercício físico, esse pode promover adaptações reguladoras e minimizar os sintomas do hipotireoidismo e do hipertireoidismo. Um programa de exercícios adequado e supervisionado vai promover adaptações no organismo do doente com disfunção da tireoide e coadjuvar em sinergia com a sua terapêutica. Alguns benefícios relacionados:

. Aumento da termogénese e regulação do metabolismo;
. Produção de endorfinas, relacionada com sensação de prazer, autoestima e relaxamento;
. Redução dos níveis de colesterol no sangue.
. Preservação e/ou aumento da massa muscular e da massa mineral óssea.
. Influencia positiva sobre o ciclo e qualidade do sono.