A Fibromialgia (FM) pode ser definida como uma síndrome de dor difusa e crônica, caracterizada pela presença de pelo menos 11 dos 18 pontos anatomicamente específicos chamados de tender points (tp), que são dolorosos à palpação de cerca de 4 kgf (quilograma/força); sendo acompanhada de outros sintomas, tais como rigidez, fadiga e distúrbios do sono. A dor característica é músculo-esquelética e generaliza¬da, sendo ausentes os processos inflamatórios ar¬ticulares ou musculares. Além disso, a Depressão (DP) também está presente, diminuindo a qualidade de vida da população acometida por essa doença.
A prevalência da FB pode variar entre 0,66 e 4,4% da população, sendo mais pre-valente em mulheres do que em homens, espe¬cialmente na faixa etária entre 35 e 60 anos. Essa síndrome acaba gerando problemas de saúde pública, causando prejuízos pessoais e socioeconômicos para a população. Devido aos vários sintomas da FM e ao in¬sucesso no controle dessa síndrome por meio de formas tradicionais de tratamento, desde o fim da década de 1980 cresce o interesse pelos Exer¬cícios Físicos (EF) como forma de complementação ao tratamento. Os EF promovem alterações fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, sendo considerados uma intervenção não medicamen¬tosa para o tratamento de distúrbios relaciona¬dos aos aspetos psicobiológicos e são eficazes na redução da dor, número de (tp), qualidade de vida e DP dos portadores de FM. Segundo Santos e Kruel (2009), existe um con¬senso de que o EF deve ser conside¬rado parte essencial do tratamento para pessoas com FM. Alguns estudos relacionados a FM e a DP já demonstraram quanto a eficácia dos EF de força e flexibilidade, como coadjuvantes nas seguintes áreas de intervenção:
1) Efeito dos EF sobre a dor em pacientes com FM:
Jones et al. (2002) analisaram o nível de dor de 68 pessoas, de 28 a 56 anos de idade, divididas em dois grupos: um grupo que participou de um programa de exercícios de flexibilidade estática, e outro, de fortalecimento progressivo. Após 23 semanas foi verificado que não houve aumento da dor em ambos os grupos.
2) Efeito dos EF sobre a DP em pacientes com FM:
Hakkinen et al. (2001) estudaram 33 sujeitos, de 31 a 45 anos, que realizaram exercícios de força, comparados a um grupo controle de portadores de FM e a um de pessoas saudáveis. Os resultados obtidos mostraram diminuição da DP no grupo que realizou os exercícios de força.
3) Efeito dos EF sobre a qualidade de vida em pacientes com FM:
Rooks et al. (2002) estudaram a qualidade de vida de 24 pacientes que realizaram exercícios na água, durante quatro semanas, seguidos de um programa de exercícios aeróbios, de força e de flexibilidade no solo, em um período de oito semanas. Os resultados mostraram uma melhora significativa da qualidade de vida desses indivíduos.
Os estudos revisados até a data apontam para um importante efeito do EF no trata¬mento dos sintomas da dor em pacientes com FM, mostrando mais pontos positivos do que negativos. Tanto a caminhada, o ciclismo e a natação quanto os exercícios de força muscular e flexibilidade demostraram efeitos bené¬ficos em relação a essa variável. Relativamente aos níveis de DP, o EF também demostrou ser favorável a sua incidência e persistência e relativo à variá¬vel qualidade de vida, ocorreu também melho¬ra dessa variável com a prática regular de EF.
Luiz Santos
Personal Studio