Tudo e mais. Palavras tão definitivas, tão pesadas. Palavras transformadoras – dar tudo e tudo receber. Querer mais, construir mais, receber mais. Se cada dia quisermos ser um pouco mais, para Deus e para os outros; se cada dia dedicarmos um pouco mais de tempo a Deus e aos outros, então, estaremos perto do tudo – de Lhe dar tudo. Se deixarmos que Deus seja o Senhor da nossa vida, se reservarmos em cada gesto, em cada ação espaço para Ele, então, somos mais.
Este é o desafio do nosso tempo – revestir “tudo” e “mais” de um outro significado e viver a nossa vida em função dessas duas palavras.
Se dou tudo a Deus, significa que Lhe dou as minhas alegrias, tristezas, sucessos, no namoro, nas relações, no trabalho, no estudo, mas também significa que Lhe dou as tristezas, os fracassos, os erros, o desânimo. E ao dar-Lhe tudo, significa que aceito a minha vida na sua totalidade, aceito-a como dom e aceito que posso ser mais e procurar mais.
As propostas desta edição podem ser vistas como contributos para sermos mais e para darmos tudo: se olharmos para o nosso presente e agradecermos o que temos; se nos questionarmos sobre o nosso caminho e o dos outros, às vezes, só superficialmente diferente; se concedermos mais tempo a Deus; se nos esforçamos por ir mais além, lançando a enxada e afirmando o nosso Credo.
Nessa medida, tudo é igual a mais e mais é igual a tudo.
Isabel Castro