sexta-feira, setembro 25, 2020

Deus e o m€rcado, um diálogo "provocador" entre o Pe. Melicias e o Prof. César das Neves


Qual a relação entre Deus e o Mercado? Há um modelo cristão de economia? O padre Vitor Melícias e o economista João Cesar das Neves, debatem estes e outros assuntos moderados pelo jornalista NIcolau Santos no livro “Deus e o Mercado – Um diálogo provocador entre religião e economia”, que a Dom Quixote edita amanhã.

 Um livro que resulta de uma conversa informada entre três amigos que raramente estão de acordo, “Deus e o Mercado” é uma reflexão importante sobre o mundo em que vivemos. Provém o Mercado de uma ordem pré-estabelecida que deve ser respeitada? Ou, pelo contrário, o Mercado cria desequilíbrios que são entraves à existência humana plena e à harmonia social? O que diz a Doutrina Social da Igreja, e os grandes pensadores cristãos, sobre estas questões? Os três reflectem também sobre os principais temas da actualidade económica – a limitação dos salários altos, a pretensa captação do poder político pelo sistema financeiro, a integração da questão ecológica na economia, o aumento das desigualdades sociais criadas pela globalização, o crescimento dos extremismos com a crise da Covid, as razões da estagnação económica portuguesa nas últimas décadas, e o pensamento económico do Papa Francisco.

 “Quando um padre franciscano pouco ortodoxo em matéria económica e um economista liberal iconoclasta se juntam para falar sobre Deus e o Mercado, a conversa só pode ser surpreendente. Primeiro, porque o padre fala muito mais de Economia e o economista disserta muito mais sobre religião. Depois, porque, estando muitas vezes de acordo, estão bastas vezes em desacordo. Finalmente, porque o fazem sempre com uma enorme riqueza de conhecimentos e fundamentação, mas também com ironia, mordacidade e humor. Esta conversa lê‑se como um romance, porque vai pegando em aspectos críticos onde religião e mercado se chocam, dos bónus milionários dos banqueiros e gestores de topo às decisões sempre difíceis sobre equidade e eficiência, dos efeitos perversos do capitalismo ou de serem os políticos e a falta de ética os responsáveis por esses efeitos, e não o sistema. O Papa Francisco e os seus pensamentos fortes sobre os caminhos económicos do mundo também dividem os dois contendores. No final, chegam a redenção e propostas para tornar melhor o sistema económico em que vivemos”, escreve o jornalista Nicolau Santos no prefácio de um livro em que se discute se a aceleração brutal da civilização serão a causa dos extremismos; os sistemas de saúde e de segurança social; a necessidade de mudar o capitalismo dominado pelo sistema financeiro; o estabelecimento de um limite à acumulação de riqueza; as políticas que levaram à crise, entre muitos outros assuntos.