quinta-feira, março 21, 2019

"A idolatria do dinheiro torna-se ferrugem...."




A idolatria do dinheiro torna-se ferrugem, imagem invertida da eternidade, dando forma a um gesto de rejeição, ou uma manifestação de desconhecimento, de Deus. Conhecer a Deus, amar a Deus, é fazer justiça ao pobre e oprimido.

 Abra-se o Novo Testamento na Carta de Tiago (5,1-6), texto de teor moral com claras marcas judaicas: E agora vós, ó ricos, chorai em altos gritos por causa das desgraças que virão sobre vós. As vossas riquezas estão podres e as vossas vestes comidas pela traça. O vosso ouro e a vossa prata enferrujaram-se e a sua ferrugem servirá de testemunho contra vós e devorará a vossa carne como o fogo. Entesourastes, afinal, para os vossos últimos dias! Olhai que o salário que não pagastes aos trabalhadores que ceifaram os vossos campos está a clamar; e os clamores dos ceifeiros chegaram aos ouvidos do Senhor do universo! Tendes vivido na terra, entregues ao luxo e aos prazeres, cevando assim os vossos apetites… para o dia da matança! Condenastes e destes a morte ao inocente, e Deus não vai opor-se? Eis uma advertência vigorosa aos abastados cuja riqueza advém da exploração dos trabalhadores.

A acumulação de riquezas é reduzida a nada aos olhos de Deus, um amontoado de coisas em decomposição e sem futuro. A ferrugem do ouro e da prata, intensificada pela falta de uso, é o sinal da inexorável e corrosiva passagem do tempo. O imenso tesouro terreno é a prova de um pecado apontado noutras passagens da Bíblia, particularmente no Antigo Testamento (Dt 24,14-15). Aí encontramos a denúncia de que a observância religiosa por parte de quem oprime os trabalhadores é uma falsa adoração a Deus. Por isso se lê no livro profético de Isaías: “no dia do vosso jejum só cuidais dos vossos negócios e oprimis todos os vossos empre­gados” (58,3b).

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