Desde hoje, o Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente é Cardeal. Não se trata apenas de uma distinção eclesiástica formal, mas, também e sobretudo, de uma nova responsabilidade perante o Papa, a Igreja e o Mundo, e passando, consequentemente, a fazer parte do colégio cardinalício eleitor.
É também um momento de júbilo para Portugal em geral e para os católicos, em especial. Tive a oportunidade de, ao longo da minha vida, ter beneficiado dos ensinamentos, da palavra e do exemplo de D. Manuel Clemente, com quem partilho o mesmo ano de nascimento. Realço, sobretudo, os seis anos em que presidi à Comissão Nacional Justiça e Paz.
O novo Cardeal português é um homem de cultura, de excelsa capacidade de comunicação, elegante no trato e dialogante na atitude, atento aos sinais dos tempos, de uma inteligência iluminante, de uma fé tão serena, quanto profunda e incansável em enraizar Cristo no coração do Homem e em dar testemunho vivo do magistério social da Igreja. Sempre com o sorriso da temperança, da perseverança e da simplicidade. Sempre estimulando a ética do bem, promovendo a vida, protagonizando a educação do carácter, ajudando a dar sentido à vida dos que não têm fé em Deus, procurando exprimir toda a autoridade do exemplo das virtudes cristãs, da amizade, da justiça, da misericórdia, do desprendimento, do respeito pela diferença.
Como português, sinto-me orgulhoso. Como católico, sinto-me recompensado.