sexta-feira, outubro 17, 2014

A fotógrafa brasileira Gao Maiolino expõe em Portugal


Convidada pelos organizadores da Semana Cultural da Bahia em Lisboa, a fotógrafa e jornalista Gao Maiolino inaugura sua exposição “Irmãs” que estará na Casa do Alentejo, até ao próximo Domingo dia 19 de outubro de 2014.

Em seguida, a exposição entra em nova temporada, de 21 de outubro a 21 de novembro, na Associação Internacional Luso Brasileira, situada na cidade de Santarém.

IRMÃS

Ensaio fotográfico que retrata as cidades de Belmonte brasileira, na Bahia, e a de Belmonte portuguesa, no Distrito de Castelo Branco, “Irmãs” apresenta quinze fotografias em preto e branco, com interferências coloridas em cada uma delas, com tamanhos variando entre 65 x 125 e 60 x 155cm.

O passeio pelas ruas dessas cidades, através de suas arquiteturas, seus hábitos culturais e suas curiosidades, gerou capturas dos mais variados ângulos: fechados, abertos, suaves, duros e iconoclastas.

Na historicamente primeira Belmonte, a brasileira, foi avistando a diferença de cor nas águas navegadas, onde Pedro Álvares Cabral percebeu um rio, o Jequitinhonha, que caudalosamente rompia o mar, trazendo consigo ilhas inteiras de árvores e majestosas baronesas, levando-o a concluir que a terra firme estaria muito próxima (“Traço”, “Encontro”, “À sombra”). Essa cidade hoje sobrevive basicamente da pesca (“Cais”), do artesanato de argila (“Fadas”) e do turismo ecológico, a partir de seus vastos manguezais (“Caminho” e “Braço”), guardando muito pouco do seu passado (“Fim” e “Derradeira”).

A Belmonte portuguesa, terra onde Cabral nasceu e viveu com sua família, revela o inevitável passado de nosso descobridor (“Circular”, “Luminosa”). Medieval, histórica, religiosa (“Santificado”), Belmonte sobrevive de seu intenso fluxo turístico, marcado por visitas a museus famosos, como o Museu de Descobrimento, que dispõe de acervo com multimídias de alta tecnologia, e ainda

o Museu Judaico, Museu Eco Zêzere, Museu do Azeite, dentre outros (“Voando”). A cidade também se destaca no cultivo de cerejeiras, pereiras e oliveiras (“Jardim das Oliveiras”).

O ensaio fotográfico realizado por Gao Maiolino acaba por estimular o público, a partir da descoberta de afinidades entre as cidades brasileira e portuguesa, a descobrir diferenças (onde em verdade reside a maior riqueza entre povos, culturas, patrimônios) e, uma vez que, por mais que uma cidade – como tudo o mais na vida – tenha considerável similitude com outra, guarda em si a “cor local” – para não fugir a uma expressão que remete à imagem –, intransferível e, por isso mesmo, merecedora de ser “transferida”, transportada virtualmente, a fim de que o público, enquanto não se mobiliza a visitar a cidade, seja visitado por ela.






Biografia :

Gao Maiolino estudou na Associação Brasileira de Arte Fotográfica, no Rio de Janeiro, e no New York Institute of Art, em Nova York. Estudou Jornalismo, Publicidade e Propaganda nas Faculdades Integradas Hélio Alonso, e se especializou em Meio Ambiente, pela Universidade Candido Mendes, no Rio de Janeiro. Colaborou para as publicações NYI Photo World Magazine, em Nova York, Jornal do Brasil e jornal O Globo, no Rio de Janeiro. Entre seus trabalhos como fotógrafa destacam-se campanhas publicitárias do Banco do Brasil, Bradesco Seguros, Michelin, Prudential Japão e outras. Teve trabalhos inseridos em livros didáticos do CCAA e investiu em expedições pela Amazônia, Pantanal Matogrossense, Chapada Diamantina e dos Guimarães. Atualmente dedicas-se a projetos autorais e fotografias-design no mercado nacional e internacional.