terça-feira, junho 01, 2010

Qual é o teu retrato


Este mês que começa oferece-nos vários retratos possíveis da realidade, vários modos de encarar os acontecimentos e o mundo que nos rodeia. Uma primeira atitude possível é olhar à nossa volta através dos “óculos” da crise e do aumento dos impostos, deixarmo-nos afundar no estudo e nos livros, ou realisticamente considerar as fracas possibilidades da nossa selecção no mundial de futebol.
Mas também podemos, com simplicidade, atrever-nos a agradecer e a saborear o sol e o calor, mesmo que seja apenas nos intervalos do estudo, aproveitar o final de ano para tomar decisões e construir o futuro, ou, porque não, sonhar com vitórias na África do Sul. O que separa estas duas perspectivas? Qual destas duas histórias vai ou está a ser escrita? Podemos com certeza esperar para ver, cruzar os braços e deixar os prognósticos para o fim do jogo. Ou então, porque não sermos nós a decidir, escolher o rumo e fazer a história acontecer? Sem gestos espectaculares, sem grandes revoluções nem actos heróicos, “as coisas dentro de nós”, nas palavras do poema desta edição, transformam o nosso olhar. Ao parar para avaliar os passos dados, procurando tomar consciência daquilo que nos move e do caminho a percorrer, ganhamos uma consistência interior que nos convida a encarar o futuro com esperança.
Num mundo e numa sociedade de fronteiras, que muitas vezes se tornam obstáculos, somos chamados a permanecer abertos ao encontro e à novidade. É amando este tempo que nos é dado a viver que encontramos, e recebemos, as forças para caminhar e a fidelidade aos ideais que nos animam. Assim tudo fica diferente e o futuro está (em grande medida) nas nossas mãos.
Bem vindos a Junho!
António Ary