sexta-feira, dezembro 12, 2008

Natal


Natal é um conceito global, um catálogo de presentes de todas as sentimentalidades e mentiras burguesas, oportunidade de orgias desenfreadas para a indústria e o comércio, dos grandes artigos glamourosos das grandes lojas; cheira a latão brilhante, a agulha de pinheiro e gramofones, a entregadores de pacotes e carteiros supercansados, desesperados para voltar para casa, a festividade deslocada em salas burguesas sob uma árvore ornamentada; cheira a edições extras dos jornais e anúncios em profusão, em resumo, a milhares de coisas que me são detestáveis e contrárias e que me seriam mais indiferentes e ridículas se não estivessem abusando do nome do Salvador e da lembrança de nossos mais doces anos.
Herman Hesse