quarta-feira, agosto 13, 2008
Um franciscano 'metálico' ao serviço de Deus
Frade italiano de 62 anos é o vocalista de uma banda de 'heavy metal'Grupos musicais a abordar temas religiosos não são novidade. Há mesmo grupos rock que, nas suas letras, louvam Deus e o cristianismo. Mas uma banda de heavy metal liderada por um frade franciscano chama a atenção, por muito moderno e liberal que se seja.
É exactamente isso que está a acontecer com a Fratello Metallo, fundada por Cesare Bonizzi, um religioso italiano da Ordem dos Capuchinhos. A sua ultima aparição num grande palco ocorreu no Gods of Metal, um dos mais conceituados festivais deste género musical, que todos os Verões se realiza em Bolonha, Itália. O frade, de 62 anos, actuou ao lado de bandas consagradas como Iron Maiden e Judas Priest.
Foi aplaudido por mais de cem mil pessoas. Em declarações ao Corriere della Sera, Cesare Bonizzi afirmou: "Não uso a música para ganhar dinheiro, mas para difundir valores ligados à Igreja.
O heavy metal é energia pura, intensa e tem a sua beleza, além de conteúdo, porque faço música com letras que ajudam a entender coisas importantes ao nível da fé e da vida." E o frade franciscano é peremptório ao afirmar que os jovens não são estúpidos. "Entendem que o que digo tem sentido e valor", apesar de, às vezes, aparecerem pessoas nos seus concertos que mostram alguma hostilidade, "apenas porque não devem gostar de padres". Mas, em geral, "o relacionamento é muito bom", considera. Antes de entrar para o convento Musocco, na periferia de Milão, Cesare Bonizzi trabalhou como operário e comerciante.
Foi ordenado em 1983 e iniciou a actividade pastoral a trabalhar com grupos de motoristas de autocarros e metro. Foi neste ambiente que começou a compor as suas canções e, hoje, é uma das principais atracções em concertos de heavy metal. Ergue o polegar, o indicador e o mindinho - que normalmente a multidão que a eles assiste faz com as mãos - e transforma-o num símbolo de amor: na linguagem dos sinais, esse gesto significa "I [polegar] Love [indicador] You [mindinho]". O Vaticano, que defende liturgias mais tradicionais, ainda não se pronunciou sobre esta questão.
Notícia : D.N