Sábado, sete e quarenta e cinco da manhã. This love maroon 5 desperta-me de um sono demorado. Precisava de descanso e de me safar de uma gripe que teima em perseguir-me. Mas, ainda não ia ser agora. Tinha pela frente, orientar um retiro, na margem sul do Tejo, para alunos do colégio que se preparam para o crisma. Já depois de levantado e enquanto tomava o pequeno-almoço espreitava pela janela as gotas de chuva de um dia longo. Desta vez não tenho nada de original para lhes dizer – pensava sorrateiramente enquanto mexia o leite com cevada. O que é que eles ainda não ouviram? Bom...
No decorrer do retiro, depois do almoço e de um tempo livre prolongado, voltou a ser a minha vez de falar, de lhes deixar uma proposta concreta de reflexão e... com isso ajudá-los. Epá – pensei de novo – ‘tou mesmo desinspirado… olha não há-de ser nada, siga! Bom, lá lhes disse aquilo que me parecia indicado e aquilo que tinha preparado. Falei pouco e fui directo. Ao terminar, o mesmo pensamento. Curiosamente que, assim que sai da sala, várias foram as pessoas que se aproximaram de mim para agradecer e para me elogiar. Mostrei-lhes o meu sorriso de espanto e, como é óbvio, de contentamento. De facto, há coisas que não dependem de nós e naquele momento a minha primeira vontade seria não dizer nada, tal não era a falta de inspiração. Mas, cada vez mais me convenço que é minha obrigação (sem qualquer hesitação ou desistências) fazer aquilo que me é pedido – da forma possível em cada circunstância – e que Deus, certamente, fará o resto. Acredito nesta expressão, porque sem dúvida foi isto que aconteceu. E mais ainda, me apercebo que a fragilidade (neste caso o cansaço ou a dita “desinspiração”) por muito nos convença de um “não vale a pena”, não é de forma alguma obstáculo à presença de Deus. Antes pelo contrário, talvez seja nestas precisas ocasiões, que Ele se faz sentir com maior força. Enfim… (ainda bem que) há coisas que não dependem só de nós.
by blog Toques de Deus