Apresento-vos a Madalena Tavares.
O que nos une é uma mesma paixão: O Cinema
Por isso convidei-a para as 5ª feiras ter aqui uma rubrica sobre a 7ª arte.
Aqui fica por palavras delas quem é a nova colaboradora do Relances.
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O Cláudio Anaia pediu-me para falar sobre mim num curto texto. Mas eu não sei falar sobre mim. Podia começar por dizer que estou a estudar cinema, ou então que tenho 18 anos, e que vivo em Lisboa, ou que cresci na Ericeira. Mas isso é conversa desinteressante que se faz no café com o novo colega do trabalho que acabámos de arranjar. Pouco interesse senão para se fazer uma primeira imagem física – e isso não interessa para nada.
Passei também grande parte da minha vida a devorar livros de “crescidos” e a escrever as minhas histórias – a família ainda espera que eu venha a ser a primeira presidente da república. A minha irmã, uma escritora. Mas eu sei que vou ser toda eu cinema.
Eu sempre fui muito diferente de todos os meus amigos, para além de jogar à bola na rua com a minha irmã e com os rapazes do bairro, barricava-me no meu quarto e bebia Camões e Pessoa com pouco mais que oito anos, e um pouco mais tarde encontrei em mim um conhecimento enorme sobre actores e realizadores sem fazer a mínima de como adquirira esse conhecimento, de como os sabia sequer existir.
Hoje abasteço-me de cinema para ser feliz. No fundo isso resume quem sou.
É cinema que quero em mim, e espero que consigam senti-lo quando escrevo. Mas como disse, eu não sei falar sobre mim. Nunca soube.