quinta-feira, agosto 25, 2005

Relance 370


Demolidor

O vice-presidente e vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Paulo Morais, acusa várias autarquias do país de cederem a pressões de empreiteiros e partidos políticos para a viabilização de determinados projectos urbanísticos.

Em entrevista à Revista VISÃO, Paulo Morais afirma que «o urbanismo é, na maioria das câmaras, a forma mais encapotada e sub-reptícia de transferir bens públicos para a mão de privados».«Nas mais diversas câmaras do País há projectos imobiliários que só podem ter sido aprovados por corruptos ou atrasados mentais», declara Paulo Morais na entrevista, sem no entanto especificar a que projectos e municípios se refere.

O vereador acrescenta que «as estruturas corporativas são hoje muito mais fortes porque têm uma aparente legitimidade democrática. Se os vereadores do Urbanismo são os coveiros da democracia, os partidos são as casas mortuárias».O autarca social-democrata diz a Câmara do Porto é uma excepção ao cenário negro que traça, afirmando que o executivo autárquico liderado pelo social-democrata Rui Rio, nunca licenciou projectos que estivessem contra os instrumentos de planeamento. Paulo Morais refere que, pelo contrário, o seu pelouro, que já teve, entretanto, como vereador o arquitecto Ricardo Figueiredo, reprovou projectos que já tinham pedidos de informação prévia favoráveis anteriores a este mandato e nunca cedeu a tais pressões.

Paulo Morais garante ainda ter recebido «pressões e cunhas de dezenas de pessoas, da forma mais ostensiva, inclusive a nível governamental» relativamente ao projecto de construção de um edifício no Parque da Cidade, da empresa Rodrigues Gomes.