Relance 223 CARTA ABERTA DA MADRE TERESA A UM MÉDICO QUE FAZ ABORTOS(www.vidahumana.org)
Estimado Dr. Morgentaler:
Jesus disse: quem recebe uma criança em meu nome, recebe-Me" (Lucas 9:48). Asseguro-lhes que tudo o que fizerem ao mais pequeno dos meus irmãos, a Mim o terão feito" (Mateus 25:40).
Foi uma pequena criança ainda por nascer, "quem saltou no ventre da Isabel... diante da presença do Jesus no ventre da Maria, Sua Mãe" (Lucas l:4l-44).
Estou a lutar contra o aborto através da adopção. Milhares de preciosas crianças libaneses, hindus, etc. foram resgatadas e trouxeram amor, júbilo e união, a numerosas famílias que de outro modo não tinham podido ter um filho. Eu nunca dou uma criança a uma família que tem feito algo para não ter filhos.
Uni-me à luta contra o aborto, porque considero que a criança ainda por nascer é a mais pobre entre os pobres hoje em dia, a menos amada, a mais menosprezada, o ser "descartável" da sociedade. Quanto fazemos os nossos votos diante de Deus, nós, as Missionárias da Caridade, comprometemo-nos a servir gratuita e fervientemente aos mais pobres entre os pobres.
O aborto converteu-se no maior destruidor do amor e da paz nos nossos dias. Conheci muitas mulheres que praticaram um aborto faz muitos anos. Cada vez que vêem uma criança da mesma idade que o seu poderia ter, recordam o que poderia ter sido o seu.
Mas você, Dr. Morgentaler, aconselha as pessoas a não compartilhar o meu ponto de vista no que diz respeito ao aborto. Eu sei que não estou de acordo com a sua opinião e sinto tristeza por você, porque um dia, quando for ao seu lar final diante de Deus, pergunto-me: Que resposta dará você a Ele? Quando Lhe pergunte: "Onde estão todos as preciosas crianças que Eu tinha criado para que fizessem grandes coisas, para amar e ser amados, onde estão"? Você teme ter que alimentar uma criança mais, educar uma criança mais. Os seus pais não tiveram temor, eles não o abortaram; ao contrário, amaram-no, deram-lhe a alegria de viver.
Tenho milhares e milhares de crianças de todas as partes do mundo e entretanto nenhuma delas, nenhuma só sentiu-se indesejada ou com falta do meu cuidado.
Experimentei um formoso milagre do amor de Deus pelas crianças Um homem veio ter comigo e disse-me: "O meu único filho está a morrer e o médico receitou este remédio que não se pode conseguir na Índia." Justo enquanto estávamos a falar, aproximou-se um homem com um cesto cheio de remédios usados, pela metade, e precisamente em cima de todos eles encontrei o remédio que necessitávamos. Olhei-o uma e outra vez, pensando assombrada nos milhões e milhões de crianças no mundo, e na preocupação terna que tem Deus pelos pequenos dos subúrbios mais pobres de Calcutá. Não saí do meu assombro diante da compaixão e do doce amor de Deus por aquele pequeno.
Tomara que possa um dia experimentar a alegria de amar a Deus e de compartilhá-lo com todos aqueles com quem se encontre, especialmente com a sua família e com a gente com quem trabalha.
Estou rezando por você, que Deus o abençoe.
Madre Teresa da Calcutá
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