Relance 136
A Páscoa e o filme de Mel Gibson “A Paixão de Cristo”
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“Não encontro culpa alguma neste homem “
Poncio Pilatos
Pelo facto de ser um verdadeiro apaixonado da doutrina de Jesus Cristo, muitas pessoas me têm perguntado qual a a minha opinião sobre o mais recente filme de Mel Gibson: “A Paixão de Cristo”.
E então decidi nesta Quaresma, partilhar convosco aquilo que sinto e penso não só pelo que vi no filme, mas pela própria figura de Cristo em si, que é principal referência da minha vida.
Como homem e cristão que sou, cada vez que estudo, leio e aprendo, mais me interrogo e reflicto sobre a atitude de coragem profunda que Jesus teve ao morrer na cruz para nos salvar, mesmo sem nunca ter pecado.
É este o facto mais marcante que o filme nos mostra com grande violência, mas que não deixa de ser a mesma violência que existiu na verdade há 2000 anos atrás, recaindo sobre um homem inocente! Talvez por isso, não entenda o porquê de tanta agitação em certos sectores. Um homem como eu (ou como você amigo leitor) cumpriu a sua missão e também fraquejou quando disse: “Pai se possível afasta de mim este cálice!”. E assim foi, sofreu um choque mesmo para aquela época, mas obstante esse facto decidiu de livre vontade carregar sobre si os nossos pecados e o mal do mundo. Um Cristo que, mesmo na cruz, disse: “Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem”. Este filme destaca mensagens lindíssimas, escritas no Evangelho de S. João, como por exemplo: “Não temeis porque eu venci a morte“, “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei“, “Amai os vossos inimigos e fazei bem aos que vos perseguem”, “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância”. Estas são apenas algumas das citações que já conhecia e que são um desafio à reflexão para todos nós.
Recordo-me uma vez mais da humilhação e da violência que Jesus Cristo sofreu, tudo isto bem evidente neste filme, que na minha opinião é um excelente veículo de evangelização.
O filme termina com uma imagem de Cristo já ressuscitado , revelando aquilo que para mim é o mais importante da Páscoa: a Ressurreição.
Jesus ressuscitou e a morte deixou de fazer sentido na humanidade. A morte não é o fim da história, mas sim o princípio de um novo capítulo. Ele mostrou-nos isso. Por isso podemos anunciar no nosso dia-a-dia que a vida domina a morte, e que o bem triunfou sobre o mal, tudo isto bem revelado no filme que já vi três vezes.
Um filme polémico, bem como o seu protagonista principal, ou não fosse “Ele” a figura mais importante de toda a História da Humanidade.
Cláudio Anaia